
"Não adianta só me seguir na rede social, tem que me encontrar na rua e gritar: ‘‘Nathallia! Texto bom essa semana!’’ Se não, nada feito."
Nathallia Protazio é pernambucana, escritora e farmacêutica. Mestranda em psicologia social (UFRGS), coordena o Coletivo de Escritores Negros (CEN-RS), também é editora da Venas Abiertas em Porto Alegre e da Revista Parêntese do Grupo Matinal Jornalismo. Também se diverte entre crônicas e os bares da Cidade Baixa, onde vive e se apaixona. Títulos publicados: Aqui dentro (Venas Abiertas, Belo Horizonte, 2020) e Pela hora da morte (Jandaíra, São Paulo, 2022).
Escritores são pessoas que escrevem, mas a escrita não se finda em si mesma, um texto nasce sempre que um leitor o encontra e empresta por um momento sua atenção, sua capacidade de criar junto. A literatura se constrói neste encontro. Porém, um mercado editorial que reproduz marcas dos privilégios da branquitude oferece encontros marcados, o que deveria ser um terreno de possibilidades de encontros orgânicos, apresenta-se como um app de encontro artificial, estilo o famosinho e quase defunto tinder.
